
A RÍQUISSIMA VARIEDADE DE UVAS VINÍFERAS
A Argentina detém a maior produção de vinho de América do Sul e ocupa o 5º lugar no mundo. Mas exporta apenas 20% de sua produção. O padre Juan Cidron chegou em 1556 a Santiago del Estero, região de Cuyo, e trouxe as vides originadoras dos primeiros argentinos. O início da produção comercial ocorreu em 1777, intensificada no século XIX com a chegada dos imigrantes italianos, espanhóis, portugueses e franceses, os quais se radicaram na região correspondente hoje à Província de Mendoza. Na década de 80, os argentinos despertaram para o ótimo negócio do vinho e começaram a plantar novas cepas e a modernizar a cultura da uva e a indústria da bebida. Atualmente, a Argentina produz, cada vez mais, vinhos de qualidade. Começaram a descobrir o mundo na década de 90, quando os principais concorrentes já estavam bem à frente. Todavia, o importante é que o vinho tem qualidade para competir de igual para igual com os países do Novo Mundo. A Argentina tem hoje uma riquíssima variedade de uvas viníferas: “malbec”, “merlot”, “cabernet sauvignon”, “sémillon”, “pinot noir”, “tempranillo”, “barbera”, “sangiovese”. A uva “criolla” domina os vinhedos e é a principal componente dos vinhos “gruesos”, de baixa qualidade. De origem francesa, mas hoje pouco cultivada na França, a uva “malbec” revelou na Argentina a sua melhor adaptação no mundo e dá destaque ao vinho argentino. A “malbec” produz excelentes vinhos tintos, também quando misturada à “cabernet sauvignon”.As principais regiões vinícolas argentinas são: Mendoza, a maior, Salta, La Rioja, San Juan e Rio Negro.A cidade de Mendonça, a 1.200 km de Buenos Aires, situa-se muito perto da Cordilheira dos Andes, em lugar muito árido, clima seco, quase não chove, só com 3% das terras cultiváveis, tomadas por plantações de uva e alho, irrigadas com a água do degelo da Cordilheira. O potencial da região desperta o interesse de empresas estrangeiras: a “Concha y Toro”, chilena, comprou a “Trivento”, e a “Baron De Rothschild”, francesa, se associou à “Catena” com o propósito de produzir o melhor vinho argentino sob a marca “Caro”. Aliás, o “Catena Zapata 1997” é exemplo de ótimo vinho produzido na Argentina. Mendoza representa 70% do vinhedo argentino e produz vinhos dos mais populares aos mais sofisticados, através de mais 1.200 vinícolas, espalhadas pelos 18 municípios dessa Província, a qual criou os “Caminhos do Vinho” com quatro regiões principais: Centro-oeste (Godoy Cruz, Guaymallén, Luján de Cujo e Maipú); Valle de Uco (Tupungato, Tunuyán e San Carlos); Sul (San Rafael) e Vale Central (San Martín, Rivadavia, Junín e Santa Rosa). A Argentina integra o MERCOSUL e, nessa condição, seus produtos importados pelo Brasil, favorecidos pelo regime de tributação, devem ter preços mais atraentes em relação aos do Chile. O êxito no mercado de vinho depende do oferecimento de algo diferente. A Argentina possui todas as condições desejadas por um enólogo: uma boa exposição solar, o contraste entre dias quentes e noites frescas, antigos vinhedos de alta densidade e solos pobres. Os argentinos têm outra vantagem: o vento sopra a favor de sua cepa favorita, a ´malbec´, já reconhecida pelos consumidores. O ´malbec´ é um vinho muito agradável, tem taninos simultaneamente doces e glutões; se for produzido com técnicas modernas, poderá resultar em vinhos equilibrados, fáceis de beber. A `malbec´ permite à Argentina produzir vinhos deliciosos, majestosos e profundamente complexos, sem serem caros. O Ferrer Malbec 2003, vinho de Mendonça, conquistou a nota 96 pela revista ´Wine Spectator´, a melhor nota obtida por um vinho sul-americano. Mendonça é atualmente uma das regiões preferidas pelos investidores da indústria mundial do vinho. As caves Catena Zapata, de Mendonça, venderam 2,25 milhões de litros em 2005, correspondente a 40% da produção Argentina. Nicolas Catena Zapata, seu proprietário, é o único argentino a figurar no ´The World´s Greatest Wine Estates´, publicada em 2005 por Robert Parket (`Courrier Internacional´, Lisboa, n. 63, 16 jun. 2006, p. 23).
Vinho Argentino Bom e Barato (em torno de R$ 40,00)
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