quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ANIVERSÁRIO DO PECO COM FEIJOADA DE VINICIUS

Hoje é meu aniversário. Para comemorar, em plena quarta-feira, nada melhor que uma bela feijoada com receita passada por Vinicius de Moraes à Helena Sangirardi. Bom Apetite!!!

Feijoada à Minha Moda


Vinicius de Moraes

Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia prometi
Onde, confesso que esqueci
E embora — perdoe — tão tarde

(Melhor do que nunca!) este poeta
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
De sua feijoada completa.

Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho

E a cozinheira, por respeito
À nossa mestria na arte
Já deve ter tacado peito
E preparado e posto à parte

Os elementos componentes
De um saboroso refogado
Tais: cebolas, tomates, dentes
De alho — e o que mais for azado

Tudo picado desde cedo
De feição a sempre evitar
Qualquer contato mais... vulgar
Às nossas nobres mãos de aedo.

Enquanto nós, a dar uns toques
No que não nos seja a contento
Vigiaremos o cozimento
Tomando o nosso uísque on the rocks

Uma vez cozido o feijão
(Umas quatro horas, fogo médio)
Nós, bocejando o nosso tédio
Nos chegaremos ao fogão


E em elegante curvatura:
Um pé adiante e o braço às costas
Provaremos a rica negrura
Por onde devem boiar postas

De carne-seca suculenta
Gordos paios, nédio toucinho
(Nunca orelhas de bacorinho
Que a tornam em excesso opulenta!)

E — atenção! — segredo modesto
Mas meu, no tocante à feijoada:
Uma língua fresca pelada
Posta a cozer com todo o resto.

Feito o quê, retire-se o caroço
Bastante, que bem amassado
Junta-se ao belo refogado
De modo a ter-se um molho grosso

Que vai de volta ao caldeirão
No qual o poeta, em bom agouro
Deve esparzir folhas de louro
Com um gesto clássico e pagão.

Inútil dizer que, entrementes
Em chama à parte desta liça
Devem fritar, todas contentes
Lindas rodelas de lingüiça

Enquanto ao lado, em fogo brando
Dismilingüindo-se de gozo
Deve também se estar fritando
O torresminho delicioso

Em cuja gordura, de resto
(Melhor gordura nunca houve!)
Deve depois frigir a couve
Picada, em fogo alegre e presto.

Uma farofa? — tem seus dias...
Porém que seja na manteiga!
A laranja gelada, em fatias
(Seleta ou da Bahia) — e chega

Só na última cozedura
Para levar à mesa, deixa-se
Cair um pouco da gordura
Da lingüiça na iguaria — e mexa-se.

Que prazer mais um corpo pede
Após comido um tal feijão?
— Evidentemente uma rede
E um gato para passar a mão...

Dever cumprido. Nunca é vã
A palavra de um poeta...— jamais!
Abraça-a, em Brillat-Savarin
O seu Vinicius de Moraes


Texto extraído do livro "Para viver um grande amor", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 97.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

VAMOS QUEIMAR UMA CARNE?

É muito difícil encontrar um brasileiro que não seja um bom churrasqueio, posto que esta modalidade gastronômica é uma unanimidade e principalmente uma paixão nacional. O ritual começa cedo ou até alguns dias antes, com a compra das peças principais: as carnes. Elas são de boi, porco, carneiro, aves. Umas mais duras, outras mais macias. Outras ainda são embutidas. Um bom pintado também vai muuuuuuito bem na brasa. Não pode faltar a cerveja, a caipirinha, a salada de rúcula e uma boa farofa. E, por falar em farofa vou passar uma receita que aprendi com um chef cearense num hotel famoso de Sampa e que faz o maior sucesso nos churrascos que preparo.
FAROFA DE MARACUJÁ
Ingredientes:
500 g de farinha de milho em flocos
4 colheres (sopa) de fubá minoso
2 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
2 maracujás azedos grandes
1 cebola picadinha
4 colheres (sopa) de cheiro verde picadinho
Sal quanto baste
Pimenta do reino branca moída na hora (opcional)
Modo de Preparo:
Em uma frigideira grande, derreta a manteiga junto com o azeite e refoque a cebola até vitrificar. Junte a polpa dos maracujás com as sementes, deixe ferver um pouco. Vá acrescentanto a farinha de milho misturada com o fubá aos poucos e mexendo sempre para não empelotar. Junte o sal e a pimenta. Misture bem. Desligue o fogo, junte o cheiro verde e misture tudo muito bem. Tenha certeza que esta farofa vai fazer o maior sucesso no seu próximo churrasco. Boa festa.
Click no título e faça o download do livro de receita para churrasco do Luiz Fernando Almeida Caixeiro. Bom churrasco!!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

YAKISOBA DE MARISCO


Na sexta feira passada, ganhei do amigo e sócio o pontepretano PEDRO MACIEL uma revista distribuída pelos corredores do aviões brasileiros, dentre as diversas e saborosas receitas que contém a citada publicação, uma achei muito interessante e vou repartir com vocês. Bom Apetite!


YAKISOBA DE MARISCO

Ingredientes para 4 pessoas:

200 g de mariscos desconchados 100 g de lulas em rodelas 100 g de filé de peixe em tiras 100 g de camarão 2 colheres (sopa) de azeite de oliva 2 colheres (sopa) de shoyo 1 dente de alho 1 colher de café de aji-no-moto 500 r de macarrão oriental cenoura, vagem, pimentão em tiras e brócolis a vontade. Modo de Preparo:
Cozinhe o macarrão com óleo e reserve. Cozinhe os vegetais "al dente" e reserve. Frite o marisco junto com os outros frutos do mar, tempere com o shoyo e o aji-no-moto. Acrescente os legumes e, por último, o macarrão oriental. Arrume numa travessa e sirva quente.

obs. click no título e encontrará outras duas receitas gostosas.

domingo, 27 de setembro de 2009

FRUTAS DA ÉPOCA - PRIMAVERA


A estação da primavera é riquíssima em diversas frutas, legumes e verduras. Passo aos amigos a informação de algumas delas e depois uma receitinha para não perder o costume. De microondas ainda por cima.

Frutas da época: Acerola - Banana-da-terra - Banana-maçã – Caju – Coco – Goiaba – Jabuticaba - Laranja Bahia - Laranja lima - Laranja pêra - Lima da Pérsia – Limão – Maçã - Mamão Havaí – Melão - Mexerica mimosa - Mexerica Ponkan – Morango – Nectarina – Nêspera - Pêra


Legumes da época: Abóbora seca – Beterraba – Chuchu – Mandioquinha – Pimentão


Verduras da época: Acelga – Agrião – Alcachofra – Almeirão – Brócolis – Chicória – Couve - Couve-flor – Escarola – Espinafre – Rabanete – Repolho



MIL FOLHAS DE BERINJELA




Ingredientes: 

3 berinjelas médias
100 g de queijo parmesão ralado grosso
4 colheres (sopa) de farinha de rosca
Amêndoas laminadas
Azeite de oliva
Sal
Pimenta do reino branca moída na hora
Segurelha a gosto

Modo de Preparo:



Corte as berinjelas em rodelas de 0,3 cm, polvilhe com sal e deixe escorrer durante 1 hora, sobre papel absorvente. Lave e escorra bem toda a água da berinjela para retirar o sal. Seque bem cada fatia. Em um refratário, monte as fatias de berinjela. Polvilhe cada fatia com o sal, a pimenta do reino branca, a segurelha o queijo parmesão. Repita as camadas até atingir a altura desejada. Polvilhe com farinha de rosca e regue com o azeite. Tampe, deixando uma pequena abertura, e leve ao microondas por 18 minutos, em potência 8.Deixe descansar por 3 minutos. Sirva quente, decorada com as amêndoas.

sábado, 26 de setembro de 2009

BRÓCOLIS OU BRÓCOLOS

Primavera é a estação das flores, e na gastronomia muitas podem ser preparadas. Já falei da alcachofra, a rainha as flores comestíveis e hoje vou me dedicar um pouquinho ao brocolis, flôr que a maioria das pessoas gostam. Conhecida como brócolos, brocolis, brócoli ou couve-brócolo é uma variedade botânica da mesma espécia e morfológicamente semelhante à couve-flor. O nome se originou do italiano "brocco", que significa "broto", vez que são as brotações florais a parte que consumimos. É tempo delas, com isso, além da fartura e da qualidade, os preços são convidativos. Então, vamos aproveitar e comer bastante brocolis. Para quem não sabe, esta florzinha tem mais cálcio que o leite, além evitar o câncer de prostata. A receita abaixo é uma delícia.

Filé de Mapará com Brócolis ao Molho de Gengibre

Ingredientes:

•500 gr de brócolis

•100 gr de gengibre

•500 ml de creme de leite fresco

•100 ml de vinho branco

•100 gr de manteiga

•2 unidade(s) de limão

•quanto baste de sal

•quanto baste de pimenta-do-reino branca

•quanto baste de azeite

•1 kg de marapá em filés

Modo de Preparo:

Corte o gengibre em lâminas ou palitinhos bem finos, coloque-os em um copo de 200 ml, cubra com água e guarde de um dia para o outro. Tempere os filés de Mapará com sal, limão e pimenta branca a gosto. Deixe marinar por 2 horas. Cozinhe os brócolis, de preferência no microondas (para manter a cor) e reserve. Em uma panela derreta a manteiga e frite o gengibre (sem a água) por 3 minutos. Acrescente o vinho branco e deixe ferver até reduzir um pouco. Coe para tirar o gengibre (opcional). Volte ao fogo, acrescente o creme de leite fresco e o suco de 2 limões. Deixe ferver até ficar cremoso e se desejar acrescente 2 ou 3 colheres da água do gengibre para realçar o sabor. Doure os filés no azeite e pique-os grosseiramente. Misture com o brócolis picado e o molho. Acompanha arroz branco.

O mapará é um peixe de couro, com tamanho médio de 45 cm (podendo ser pescado acima de 29 cm) que ocorre na bacia Amazônica, bacia do Araguaia-Tocantins e na bacia da Prata, especialmente no rio Paraná. Representa algo em torno de 10% da população de peixes do Lago de Itaipu, sendo a segunda maior ocorrência neste lago.

Rendimento: 5 porções

Fonte: http://www.moo.pt/

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

LASAGNE AL FORNO

Já perdi a conta de quantas vezes executei esse tradicionalíssimo prato italiando. Seja na minha casa, em aula de gastronomia ou na casa de amigo. Nunca vou cansar de fazer e de comer. Atendendo a pedidos, mais uma vez passo a receita que aprendi numa tratoriazinha de Roma. Bon Apetit!!!

LASAGNE AL FORNO

Ingredientes:

500 g de lasanha seca de grano duro

300 g de queijo parmesão ralado Margarina para untar

Para o molho a bolonhesa:

1 quilo de carne moída (metade de boi e metade de porco) 1 cebola grande picadinha 4 dentes de alho 250 ml de vinho tinto seco 1 colher de sopa de orégano 1 e 1/2 colher de farinha de trigo 2 latas de tomate pelado 2 tabletes de caldo de carne 2 colheres de sopa de catchup 1 colher de sopa de mostarda 1 colher se chá de pimenta vermelha 1 cenoura picadinha 3 folhas de louro 300 ml de água 4 colheres de azeite 1 colher de café de ciclamato monossódico

Para o molho Bechamel.

1 litro de leite 1 cebola 2 colheres de sopa de margarina 2 colheres de farinha de trigo sal noz moscada queijo parmesão ralado

Modo de preparo do molho bolonhesa:

Bata no liquidificador os tomates, os tabletes de caldo de carne, a cenoura, o catchup, a mostarda, a pimenta e a água. Reserve. Em uma panela grande aqueça o azeite, doure a cebola e o alho. Acrescente a carne moída polvilhada com a farinha de trigo e frite bem. Junte à carne os ingredientes batidos no liquidificados, as folhas de louro, o ciclamato e deixe ferver tampado por 30 minutos em fogo baixo. Acrescente o orégano e o vinho tinto e deixe ferver por mais 15 minutos. Reserve.

Modo de preparo do molho branco:
Em uma panela derreta a margarina, acrescente a cebola e espere dourar. Acrescente a farinha e deixe cozinhar mexendo sempre. Aos poucos e sem parar de mexer vá juntando o leite. Acrescente o sal (pouco) e a noz moscada. Espere esfriar um pouco. Bata no liqüidificador o molho obtido juntando duas colheres de queijo parmesão. Reserve.
Montagem:
Unte um refratário retangular de borda alta com margarina ou manteiga. Forre o fundo com uma camada do molho bechamel. Cubra com uma camada de lasanha (sem cozinhar). Coloque outra camada de molho bechamel, uma camada de molho a bolonhesa, polvilhe com queijo parmesão ralado, e repita novamente a operação, ou seja, camada de lasanha, camada de bechamel, camada de bolonhesa, polvilhe com parmesão. Termine com o bechamel sobre o molho a bolonhesa e polvilhe queijo parmesão ralado. Leve ao forno a 240° por 35 minutos. Sirva com pão italiano.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

RECEITAS DO PROGRAMA TERRA DA GENTE

Por diversas vezes tive a honra de ser convidado para participar do quadro HORA DO RANCHO do programa TERRA DA GENTE, produzido semanalmente pela EPTV/GLOBO. Sempre foi muito bom gravar com aquele pessoal, meu especial abraço ao amigo Eulâmpio Neto, ao Jacarejão (Tadeu), à todos os demais membros da equipe de produção e ao pessoal da Cia Santa. Abaixo passo os links de algumas dessas receitas.
PICANHA NA CERVEJA PRETA

ttp://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?148324

CREPE BRASILEIRINHO

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?166667

CREME DE GALINHA CAIPIRA

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?135663

AGARRADINHO PAULISTA

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?135365

ESCONDIDINHO

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?135394

VATAPÁ PARAENSE DE FRANGO

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?138450

ARROZ DOCE ESPECIAL

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?235989

MÚSCULO ASSADO

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?182974

FAROFA CROCANTE DE MARACUJA

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?160071

ARROZ DE PRAIA

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?203043

CREME DE MILHO AO MOLHO

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?135652

RISOTO CAIPIRA DE ABÓBORA COM CARNE SECA

http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?135448

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

É TEMPO DE ALCACHOFRA

No final de semana passado, fui presenteado pelo amigo Abílio Minucci, com uma caixa de enormes e frescas alcachofras, trazidas diretamente do produtor. Fiz as bichinhas de três maneiras diferentes seguindo as receitas e o modo de preparo do site: http://www.acessa.com/projetos/Sabor/arquivo/dicas/2004/09/04-Luzimar/, vale a pena experimentar. Aproveita a época delas e tenha um ótimo apetite.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

VIVA A PRIMAVERA!!!!!!!!!!!!!!

Sabe aqueles globos terrestres que existem, ou pelo menos exitiam para serem vendidos em papelarias, pois bem, eles não estão inclinados à toa. O planeta Terra percorre sua órbita em torno do Sol com uma inclinação de 23° e disso resulta o fenômeno das estações. Diante desse fenômeno, cada região da Terra recebe uma determinada quantidade de irradiação solar que dá origem a cada uma detas estações. Talvez a mais bonita e viva de todas, pelo menos para nós brasileiros, inicia-se no próximo diam 22 de setembro de 2009, mais precisamente às 18:18min.: A PRIMAVERA.
Aqui no país das frutas, com abacaxis, acerolas, cacaus, cajás, caquis, carambolas, cocos, sapotis, goiabas, guaranás, mangabas, mangostão, maracujás, melões, melancias, pitangas, ufa!! e muitas outras, a primavera é muito especial. Na verdade, é mágica. Eu não poderia deixar esta data passar em branco, diante do seu colorido natural vou postar uma receitinha para dar as boas vindas a estação mais gostosa do ano. Já que falei em mangostão, a receita terá como base esta exótica e deliciosa fruta.

TORTA TAILANDESA DE MANGOSTÃO
Ingredientes:
5 mangostões 1 colher de sopa de açúcar 1 colher de sopa de glucose de milho 3 colheres de sopa de água filtrada 1/2 xícara de chá de açúcar cristal 2 ovos inteiros 1 xícara de chá de farinha de trigo peneirada 1 xícara de chá de leite de coco integral 1 colher de chá de raspas de limão taiti margarina sem para untar Modo de Preparo:
Retire delicadamentre a polpa dos mangostões e retire as sementes. Leve ao fogo a colher de açúcar, a glucose de milho e a água filtrada, mexendo até dissolver. A calda que se formar, derrame sobre a polpa em um refrário untado com a margarina e reserve. Bata os ovos com a 1/2 xícara de açúcar cristal. Junte a farinha, o leite de coco, a raspa de limão e misture muito bem até ficar homogêneo. Coloque essa massa sobre os mangostões e leve ao forno médio (180°) por 45 a 50 minutos. Desenforme e sirva com sorvete de creme ou com iogurte natural com mel. Boa Primavera.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ADVOGADO COZINHEIRO

Sou formado em direito pela PUC de Campinas desde 1987. Graças a minha profissão sempre tive a oportunidade de fazer grandes amigos e muitas e muitas viagens por esse Brasil a fora. Nesta semana, não foi diferente. A negócios, eu e o amigo Betinho Daher, fomos "obrigados" a viajar para Minas Gerais, a fim de regularizar uma pendência numa propriedade rural recentemente adquirida pelo amigo. Bom gourmand que é, e como tínhamos a intenção de pousar na bonita Ouro Fino, o ilustre amigo levou na bagagem os seguintes ingredientes: Risotini, camarões enormes e vieiras com ovas. O tempero fresco, peguei na horta: cebolinha verde, salsinha e estragão. Na despensa apanhei a pimenta rosa. Vou batizar o prato de Risotini à Tabatinga em homenagem ao nome da propriedade, prato esse que degustamos com um Espumante Veuve Paul Bur Rosé, refrescante, com uma bonita cor rosada e aromas de frutas vermelhas. (corte: Temprenillo e Grenache)
Risotini à Tabatinga
Ingredientes para 2 pessoas:
250g de risotini
250 g de vieiras com as ovas
250 g de camarões grandes
1 cebola grande picadinha
3 dentes de alho muito bem picados
cheiro verde
1 pitada de estragão
e colher (sobremesa) de pimenta rosa (semente de aroeira)
3 colheres (sopa) de azeite de oilva extra virgem
sal e pimenta do reino a gosto.
Modo de Preparo:
Cozinhe a massa segundo as instruções da embalagem. Enquanto isso, refoque a cebola e alho em metade do azeite. Sobre a cama de cebola que você deixou vidrificar, acomode dos os frutos do mar, abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por trê minutos. Vire todos os frutos e deixe cozinhar por e ou 4 minutos. Escorra o risotino e coloque-o na panela com as vieiras e os camarões. Corrija o sal e a pimenta do reino, desligue o fogo e misture o cheiro verde, o estragão e a pimenta rosa. Nós degustamos com um belíssimo espumante rose

domingo, 20 de setembro de 2009

DA CUECA VIRADA À PUNHETA

Às vezes fico me perguntando porque alguém confere nomes muito aquém dos convencionais, aos variados tipos de comida.

A coisa se complica no âmbito regional, seja dentro de um país ou entre demais países. Talvez seja sempre aconselhável fazer um estudo prévio da cultura gastronômica local, antes de se aventurar a conhecer o lugar, só para evitar alguns sustos.

Por exemplo: o que você diria se alguém lhe convidasse para apreciar uma punheta(1) com uma fodinha quente(2) de entrada? Sim, nada mais lusitano com certeza.

Mas se você estiver devidamente informado a respeito, não correrá o risco de dar um soco na cara do cidadão, não é verdade? Você pode até retribuir o convite oferecendo-lhe um perigoso na racha(3) e roupa velha(4) num happy hour em sua casa. Um delicioso mané pelado(5) para acompanhar também não seria nada mal.

Tudo é uma questão de informação. Em certos casos, eu diria, saber do que se trata é uma questão vital. Podem partir surpresas até mesmo de coisas simples como uma ida à uma padaria, onde o atendente pode lhe perguntar “o que vai ser, cacete ou cacetinho(6)?”

O Brasil esconde em sua imensidão, intermináveis pérolas gastronômicas. Pura munição à curiosidade e à diversão. Talvez se dependesse do nome, convenhamos que alguns bem mais meigos que os demais, certas iguarias ficariam restritas apenas ao olhado.

Se eu por exemplo disser que existem pessoas loucas por cueca virada(7) lambuzada com um tiquinho de baba-de-moça(8) e se bobear, traçava facil uma nega maluca(9), algumas pessoas iriam ficar horrorizadas. E mandar ver numa vaca atolada(10) num dia chuvoso, então? Não é ótimo?

Mas o melhor de tudo mesmo é se deliciar com as riquezas das culinárias regionais e abrir a mente para se permitir conhecer e aceitar o diferente, e na maioria das muito divertido.

1. Salada feita com bacalhau desfiado.

2. Pedaços de bacalhau empanados e fritos.

3. Fígado acebolado no meio do pão.

4. Charque ou sobras de carne assada frita com farinha de mandioca.

5. Um bolo à base de mandioca.

6. Forma como é chamado o pão francês, em alguns lugares do Brasil e Portugal.

7. Massa frita, com sabor semelhante ao bolinho de chuva, mas com formato de cueca virada.

8. Doce feito com gemas, leite de côco e calda de açúcar.

9. Uma variante de bolo de chocolate.

10. Cozido feito à base de mandioca e costela de vaca.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

COZINHA DO VÔ JARBAS

Infelizmente minha avó materna faleceu muito cedo quando eu tinha apenas 4 anos. Mas por outro lado houve uma enorme compensação, pois meu avô Jarbas, meu padrinho também, veio morar conosco. Homem da roça, porém muito elegante e sóbrio, detinha a arte de cozinhar. Comida simples é verdade, mas de um sabor que tenho na minha memória até hoje. Originário de São José do Rio Pardo, cidade que devido a sua proximidade com o sul de Minas Gerais, sofreu deste estado uma influência muito grande na sua gastronomia. Não tenho dúvida, que pela ausência de preconceitos quanto ao homem cozinhar, aprendi com meu avô os primeiros passos culinários, é sim, aquele arroz com alho, feijão com um pedaço de toucinho e algumas folhinhas de louro. E o pão caseiro que esse meu avô fazia: Nunca mais encontrei algo que pudesse lembrar aquele sabor. Que saudade do meu avô. Espero que ele possa ver que segui os seus passos, inclusive no fogão a lenha. Lembro-me que não podia faltar arroz, feijão e o angu mineiro, assim, em homenagem ao meu avô Jarbas mando-lhes uma receitinha básica da iguaria mais simples das Minas Gerais:
ANGU MINEIRO
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de água
6 colheres (sopa) de fubá
Modo de Preparo:
Coloque a água para ferver e adicione três colheres de fubá. Mexa, em círculos, com uma colher de pau e deixe cozinhar até que se forme um mingau. Depois de cozido, acrescente o restante do fubá aos poucos, mexendo sempre até que o angu fique bem cozido, soltando do fundo da panela.
Vire em uma forma umedecida e sirva com uma bela galinha ao molho. Lembro-lhes que o angu mineiro tradicional não leva sal, mas isso é uma opção de quem vai fazer. Bom apetite a todos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

FRANGO NA PÚCURA

Sou um grande admirador da gastronomia portuguesa, que ao contrário do que muitos pensam, possui muito mais que receitas de famosos prato a base de bacalhau. Quando estive em Lisboa, tive a sorte de estar acompanhado de uma amigo português, conhecido por Ferreira. Ele próprio me levou a conhecer lugares onde eram servidos prato a base de outros peixes, como a sardinha e até frango na púcara (vasilha de barro em forma de pote com duas asas). A seguir, divido com vocês esta receita bem fácil, mas divinamente saborosa. Bom Apetite!!
FRANGO NA PÚCARA Ingredientes: 1 frango grande 200g de presunto 60g de margarina 1/2 dúzia de dentes de alhos 1 cálice de aguardente 1 cálice de vinho do porto 1 copo de vinho branco seco salsinha sal pimenta do reino azeite de oliva q.b. 1/2 litro de água Modo de Preparo:
Corte o franco em pedaços e tempere com os dentes de alho amassados com o sal. Coloque-o na púcara com o presunto cortado em tiras e adicione os ingredientes restantes. Leve ao fogo alto até levantar fervura após o que, colocando a tampa na púcara, deverá levar ao forno e cozinha até a carne ficar macia.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

RIJSTTAFEL

Noutro dia me referi ao Rijsttafel (http://blogdopeco.blogspot.com/). A palavra holandesa "rijsttafel" significa mesa de arroz. Na Indonésia, era conhecida como Makan Besar, “grande prato”. As pessoas sentavam-se ao redor do prato e nele era incluída porções de carne, mariscos e pratos vegetais, os quais sempre eram acompanhados por um molho picante chamado de sambal (pimenta sambal). Nos séculos dezoito e dezenove, os holandeses agregaram mais e mais pratos originando-se assim o rijsttafel. Impossível delimitar todas as variações de rijsttafel, mas as mais comuns e saborosas incluem frango, carne, porco, peixe, camarão e vegetais.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

PENSAMENTO GASTRONÔMICO

“O alimento não é simplesmente um objeto nutritivo que permite saciar a fome, mas algo que também tem significativo simbólico em uma determinada sociedade”; "é importante lembrar que os aspectos tradicionais da cultura, como as festas, as danças e a gastronomia, também fazem parte do consumo turístico. Nesse contexto, as receitas culinárias constituem um bem cultural tão valioso quanto um monumento, já que possibilitam entender a história de um lugar por meio de sua gastronomia”.
Regina G. Schluter - Autora do Livro Gastronomia e Turismo - ed. Aleph
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