terça-feira, 8 de setembro de 2009

ROLHA: de Cortiça ou Sintética?

Por várias vezes fui questionando sobre as diferenças entre as rolhas de cortiça e as rolhas sintéticas, perguntando qual seria a vantagem de uma sobre a outra. Sinceramente não sei dizer qual é a melhor. Conheço os alguns tipos: 100% aglomerado: Serve para vinhos que são feitos para serem bebidos logo que saem ao mercado Aglomerado 1+1: é uma rolha de aglomerado com disco de cortiça maciça dos dois lados. Também é indicada para vinhos de consumo corrente, porém com características mais duradouras. Rolha maciça: serve para vinhos de guarda, que pretendemos guardar por muitos anos. Rolha maciça 1+1: O nome já descreve, é uma rolha maciça de cortiça, com discos de cortiça dos dois lados. Acredito que o motivo seja também uma maior durabilidade. A diferença entre uma rolha de aglomerado e uma rolha maciça, além do preço, é que a rolha de aglomerado se desintegra mais rápido por ser mais rígida. É por esse motivo que os espumantes têm o corpo de aglomerado, com discos de cortiça maciça, pois enquanto a cortiça maciça faz a vedação, a parte de aglomerado, por ser mais rígida, suporta a pressão. Das rolhas sintéticas, conheço apenas dois tipos: As rolhas totalmente maciças, de material sintético, que normalmente são utilizadas em vinhos comuns, de consumo corrente. As rolhas com um tubo de material sintético, preenchido por filamentos paralelos extrusados, usadas em vinhos de qualidade superior. Para guarda do vinho, qual seria então a melhor rolha: sintética ou de cortiça? A cortiça tem uma baixa densidade, e suas células aprisionam um gás de constituição semelhante ao ar que respiramos. Ao longo dos anos, uma rolha de cortiça permitiria uma "micro-oxigenação", que causa entre outras coisas, a polimerização de taninos e a conseqüente evolução do vinho em garrafa. Alguns fabricantes de rolhas sintéticas afirmam que suas rolhas sintéticas permitem, em determinado grau, a micro-oxigenação, benéfica para todos os vinhos de longa guarda. A questão é que o uso do material sintético é recente, e não temos estudos suficientes para saber como um vinho de guarda se comportará em 30 ou 40 anos, com uma rolha sintética. Todavia, os maiores problemas com as rolhas de cortiça naturais são a qualidade geral, que pode causar infiltrações e outros problemas, e o temido TCA (Tricloroanisole), que dá ao vinho um desagradável odor a papel molhado, rolha podre; este é o famoso bouchoneé, que na maior parte dos casos está associado à rolhas de baixa qualidade, mas nem sempre, pois outras etapas antes do engarrafamento podem contaminar o vinho com o TCA. Ou seja, uma rolha sintética não garante a ausência de TCA em um vinho. Vale dizer que os vinhos com rolha sintética constituem apenas 10% do que consumo, então, estatisticamente, é muito mais provável que eu encontre problemas em vinhos com rolhas comuns. Existem pessoas que acreditam, erroneamente, que as rolhas sintéticas causariam menos danos ao meio ambiente. Besteira, já que a rolha de cortiça é natural e biodegradável. A árvore que dá a cortiça, o Sobro, não morre quando a sua casca é extraída, a cada 10 anos, para fazer as rolhas. É uma árvore que dura mais de 100 anos, e rende diversas extrações de cortiça. Então qual a melhor rolha? Sinceramente não sei responder, pois ambas têm seus prós e contras. A grande vantagem da rolha sintética é o seu preço menor. Mas creio que os grandes vinhos continuarão a utilizar rolhas de cortiça por muito tempo.

Um comentário:

Obrigado pelo cometário. Em breve será publico.

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